Prof. Ubiratan Jorge Iorio

OCCASIONAL PAPER #13: SETE ARGUMENTOS AUSTRÍACOS CONTRA O EURO

Introdução

chairEm artigo recente publicado nesta página manifestei porque tenho motivos para não acreditar no Euro, em contraposição à defesa do mesmo por parte do Professor Jesus Huerta de Soto. Nunca é demais repetir o que frisei no primeiro parágrafo de meu paper mencionado: se existe um campo da teoria econômica em que não há unanimidade entre os economistas da Escola Austríaca, esse campo é o do regime monetário e cambial que cada um considera como o mais adequado para assegurar o que é unânime entre eles — a economia de mercado, o respeito às regras de subsidiariedade, as liberdades individuais, os direitos de propriedade, a crítica ao nacionalismo econômico, a austeridade fiscal e monetária dos estados e, o que é mais importante, aquilo que podemos denominar de "a despolitização do dinheiro".

Os defensores do Euro argumentam com razão que o padrão-ouro, como Mises sempre afirmou, serve como um freio para separar a determinação do poder aquisitivo da moeda das ambições e doutrinas dos partidos políticos e dos grupos de pressão e que o Euro seria uma boa forma para a obtenção dessa separação, que é desejada por todos os economistas austríacos, sejam eles favoráveis ou não à moeda europeia única. Neste artigo aprofundarei e estenderei um pouco mais minhas objeções ao Euro, com base nos argumentos marcantemente austríacos que listarei e comentarei brevemente em seguida, em ordem de importância aleatória.

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UM PRESIDIÁRIO NO PLENÁRIO!

02/09/2013

presidHá muitos anos venho dizendo e escrevendo que dos três subsistemas que compõem as sociedades – o econômico, o político e o ético-moral-cultural – o último deles é seu elo mais fraco, no sentido de que, quando vai mal, contamina, envenena, infecciona, contagia, corrompe e vicia os outros dois. Mas muitos dos idiotas da objetividade (e alguns adeptos do “objetivismo”), quando se toca nesses aspectos morais se encrespam - olhos rútilos e aquela baba bovina e elástica rodrigueana pendente de suas bocas -, e se comprazem em rosnar impropérios, dos quais o único não pornográfico é que defendo teses da Igreja Católica, que guarda, segundo eles, uma visão “medieval” do mundo. Mas a caravana deve seguir em frente e é urgente atentarmos para o fato de que essa doença está atingindo gravemente a sociedade brasileira e percebermos suas incontáveis manifestações, tanto na esfera pública quanto na privada. Um desses ataques patológicos, absolutamente deprimente e estarrecedor, aos valores morais básicos, por todas as circunstâncias que o envolvem, e que deveria escandalizar o mais longínquo dos sertanejos na mais remota caatinga, mas que passou pelo noticiário sem grande alarde, como se fosse algo banal, é o caso do deputado do PMDB de Rondônia, Natan Donadon, condenado pelo STF por oito votos contra um, a treze anos e quatro meses de prisão por formação de quadrilha e peculato, pela participação em desvio de cerca de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia em simulação de contratos de publicidade. Amigos, infelizmente, no Brasil de hoje a corrupção tornou-se prática tão banal que nem as moscas pousam mais nas manchetes dos jornais e revistas que as mostram...

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Set. 2013 - POR QUE NÃO ACREDITO NO EURO

Artigo do Mês - Ano XII– Nº 138 – Setembro de 2013

1. Objetivos comuns, instituições diferentes

goldSe existe um campo da teoria econômica em que não há unanimidade entre os economistas da Escola Austríaca, esse campo é o do regime monetário e cambial que cada um considera como o mais adequado para assegurar o que é unânime entre eles – a economia de mercado, as liberdades individuais, os direitos de propriedade, a crítica ao nacionalismo econômico, a austeridade fiscal e monetária dos estados e, o que é mais importante neste artigo, aquilo que podemos denominar de “a despolitização do dinheiro”.

Como ressaltou Jesus Huerta de Soto em artigo em que defende veementemente o Euro, com argumentos sempre bem colocados contra o nacionalismo monetário, Mises, em sua monumental Ação Humana, defendia o padrão-ouro porque ele coíbe e limita as decisões arbitrárias de políticos e burocratas, além de impor disciplina aos agentes humanos e promover hábitos morais saudáveis.  Resumindo, para Mises, o padrão ouro com taxas de câmbio fixas restringiria as mentiras e a demagogia e facilitaria a transparência e a verdade nas relações sociais. Soto cita uma frase emblemática de Mises:

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OCCASIONAL PAPER #12 (2ª Parte): JEAN-BAPTISTE SAY, GRANDE ECONOMISTA E PRECURSOR DA ESCOLA AUSTRÍACA

4. Empreendedorismo, capital e juros

Foto1Adam Smith excluiu do pensamento econômico a importante figura do empreendedor, mas Say , por estar sempre preocupado com o mundo real e não com situações de equilíbrio de longo prazo, trouxe-a de volta ao palco. Não tão fortemente quanto Cantillon e Turgot, mas o suficiente para que continuasse, embora de modo irregular, no pensamento econômico continental, porém ainda ausente do mainstream dominante do classicismo britânico.

O que esses empresários fazem, na visão de Say? A resposta é que usam  sua "indústria", ou, em linguagem moderna, "trabalho", para organizar e dirigir os fatores de produção, de modo a alcançar a satisfação de necessidades dos consumidores.  Mas não são meros gerentes, são previsores, avaliadores de projetos e que se arriscam voluntariamente.  Say usa a palavra  "capital"   um tanto confusamente, com duplo sentido, para significar, segundo o contexto exige : (a) de bens de capital, que são parte integrante da produção de novos bens finais, tal como na abordagem austríaca, ou (b) o capital financeiro, visto como o funding da empresa. Os primeiros são o resultado de algum processo de produção mais indireto e, quando combinados com a indústria do empreendedor, geram lucros ou prejuízos, ou seja, na linguagem austríaca, a "estrutura de capital"  da economia. O segundo é o resultado de poupar uma parte da renda da atividade produtiva ganha no passado e gerar recebimentos de juros.

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OCCASIONAL PAPER #12 (1ª Parte): JEAN-BAPTISTE SAY, GRANDE ECONOMISTA E PRECURSOR DA ESCOLA AUSTRÍACA

1. Introdução

 

Foto1Imagine que você jamais tenha escrito ou dito a frase “os eleitores brasileiros são idiotas” e que você não pense desta forma, mas que, por diversos motivos, venha a ficar famoso, quase dois séculos depois de sua morte, exatamente por terem afirmado repetidamente que você pronunciou essa frase. Pois é o que acontece com a Lei de Say, que jamais escreveu que “a oferta cria a sua própria procura”, mas que é inevitavelmente conhecido por ter escrito algo que nunca escreveu... Poucos postulados da economia deram margem a tantas interpretações equivocadas, algumas por incapacidade de entender as coisas simples, outras por solércia, quanto o que se tornou conhecido como Lei de Say. Principalmente depois que Keynes a deturpou na Teoria Geral (porque precisava, em conformidade com seus padrões éticos, proceder desse modo para construir sua “nova economia”), gerações sucessivas de estudantes, que depois se tornam professores e economistas, repetem qual papagaios o refrão “a oferta cria a sua própria procura”, sem jamais terem lido uma página sequer de Say. É constrangedor quando uma mentira se transforma em um apotegma.

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MERCOSUL, UM CARANGUEJO IDEOLÓGICO

26/08/2013

carNossa capacidade de caminhar para trás é de causar inveja ao mais ligeiro dos caranguejos! O Brasil parece ter nascido com a vocação do atraso e com o vício do talento desperdiçado. Um exemplo dessa preferência pelo subdesenvolvimento é nossa pseudo liderança no Mercosul, uma instituição falida e carcomida por toda a sorte de “ismos”: socialismo, patrimonialismo, coronelismo, populismo, bolivarianismo, chavismo, lulismo, kirchnerismo, mujicanismo... O Mercosul transformou-se – graças à “brilhante” atuação ideológica do Itamaraty, em um feudo do que sempre existiu de pior na América Latina. Está condenado ao fracasso. Aliás, já não funciona na prática há bastante tempo. O golpe fatal foi desfechado quando seus integrantes, primeiro, aceitaram a ditadura venezuelana como membro e, segundo, quando expulsaram do acordo o Paraguai, simplesmente porque o país vizinho depôs constitucionalmente um presidente corrupto, um ex-bispo cheio de filhos (com diversas mulheres), mas que, de acordo com a idiotice reinante na atual diplomacia brasileira, possuía uma qualidade que o eximia de qualquer erro: ser de esquerda!

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ACREDITE NA ELITE (OU: BRUNO GARSHAGEN E AS ELITES)

 17/08/2013

eliteAquele taxista, ontem, foi taxativo (ou seria “táxi-ativo”?): “Doutor, o mal do Brasil são as elites que não saem do poder. Quer acabar com a corrupção no Brasil? Então acabe com as elites”. Ouvir taxistas é sempre uma boa alternativa para sabermos a média das opiniões de um grupo, porque em seu trabalho conversam com passageiros de grande variedade dentro da estrutura social e também porque a maioria - especialmente os diaristas – convive nos locais onde moram com pessoas que não podem pagar por corridas de táxi. Mas, afinal, o que nosso povo tem em mente quando ouve ou pronuncia ou lê a palavra “elite”? Nos dicionários, elite (do francês élite, que vem do latim eligire) é um substantivo feminino com dois significados. Segundo o Aulete, são estes: “1. O que é ou o que se considera o melhor ou o que tem mais valor em um grupo, em uma sociedade etc.; ESCOL; (FINA) FLOR; NATA; 2. Grupo de pessoas influentes numa sociedade, por estarem em posição de poder ou por serem altamente competentes em determinada área: Os times que formam a elite do futebol brasileiro”.

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POPULISMO DEMAGÓGICO, UMA REDUNDÂNCIA

08/08/2013

omn“El populismo ama tanto a los pobres que los multiplica”.

Quando Mariano Grondona, jornalista, sociólogo, escritor, ensaísta e professor argentino, nascido em 1932, escreveu essa frase estava dizendo uma verdade de clareza impressionante! A América Latina tem sido um vasto e fértil território propício a essa perversa prática política: entre muitos, cito Vargas, Perón, Cárdenas, Adhemar, Juscelino, Jânio, Jango, Brizola, Maluf, Garotinho, Cabral, Lula, Menem, Fujimori, o casal Kirchner, Mujica, Chávez, Maduro, Correa, Morales, Humalla... A lista é interminável e, se acrescentarmos, em nível mundial, o populismo sanguinário de figuras como Lenin, Stalin, Hitler, Castro, Pol Pot e outros do mesmo (baixo) nível, ela tenderá para o infinito.

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INFLAÇÃO RODANDO LEGAL...

07/08/2013



inflEla está aí, rodando legal. Quem é ela? Ora, a inflação de preços, antiquíssima conhecida dos brasileiros e que a equipe econômica – Fazenda e Banco Central – ressuscitou, não em um milagre, mas em consequência inevitável de sua descomunal incompetência. É desnecessário dizer que em um ambiente inflacionário aquela frase do poeta Gregório de Matos ganha enormes ares de verdade: “o honesto é pobre, o ocioso triunfa, o incompetente manda”. Como afirmou o economista Affonso Celso Pastore em palestra na última segunda-feira, o IPCA deve subir perto de 6% neste ano e atingirá 6,5% em 2014. "A inflação no País está reprimida", comentou, adicionando que sem as medidas que o governo adotou para conter a elevação dos preços, como a decisão de não elevar “preços administrados”, como, por exemplo, as tarifas de passagens de ônibus em grandes capitais, a inflação no Brasil está rodando perto de 8%. O professor afirmou ainda que "o PIB deve crescer 1,9% neste ano e 2% em 2014. Neste contexto, pode-se esperar um cenário de baixos lucros para as empresas no curto prazo, embora a rentabilidade deva se recuperar lá na frente em função da depreciação real do câmbio". Como dizem os mais jovens, a inflação está rodando legal...

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Presentazione della rivista Liber@mente n. 3/2013

lib 

 Prezentazione della rivista Liber@amente, n. 3/2013,

 Fondazione Vincenzo Scoppa, Catanzaro, Calabria,

 da Maurizio Bonanno

ECCO LA SCELTA: LIBERO MERCATO O TASSAZIONE PIÙ BANCHI CENTRALI?

[Pubblicato nel 16 luglio sul sito di von Mises Italia, http://vonmises.it/2013/07/16/eco-la-scelta-mercati-libero-o-tassazione-piu-banche-centrali/]

Pubblichiamo di seguito un brano del Prof. Ubiratan Jorge Iorio, inizialmente inteso per la rivista Liber@mente e gentilmente licenziato dall’autore per una riproposizione su questo sito.

 

Cento anni fa, esattamente nel 1913,liberamente accaddero due eventi apparentemente scollegati tra loro ma che, oltre ad essere strettamente correlati, hanno causato ingenti perdite di libertà di scelta e, conseguentemente, hanno impedito allo sviluppo economico e sociale di seguire il suo naturale corso guidato dall’azione umana individuale. Il primo fu la creazione della banca centrale degli Stati Uniti, la Fed, e il secondo l’istituzione dell’imposta sul reddito.

Infatti la tassazione e i controlli sulla moneta, il credito ed il tasso di interesse sono fattori di maggiore potere politico, quest’ultimo sempre artificiale e oggetto di decisioni burocratiche su mercati che invece sono ordini spontanei, come enfaticamente hanno sottolineato i grandi economisti della Scuola Austriaca, specialmente Mises, Hayek, Rothbard e Kirzner. Purtroppo quasi tutti i politici e gli economisti non la pensano così, soprattutto dopo gli anni ’30 del XX secolo con l’avvento di uno dei più grandi mali che la sana teoria economica abbia sofferto: il keynesismo, sicuramente una malattia non solo della scienza economica, ma anche dei principi morali fondamentali e della vita stessa dei cittadini.

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Ago. 2013 - TRÊS NOTÍCIAS E UMA CERTEZA

Ago. 2013 - Artigo do Mês - Ano XII– Nº 137 – Agosto de 2013

 

3Três acontecimentos vieram à tona no rastro das manifestações que levaram em junho milhares de brasileiros às ruas para protestar. O primeiro, auspicioso, é a queda vertiginosa, de 24 pontos percentuais, na aprovação do governo de Dilma Rousseff, segundo pesquisa divulgada na última quinta-feira (25/7) pela CNI/Ibope, com a percepção, por parte da população, de que a presidente da República tem se preocupado mais com a reeleição do que em governar. A aprovação da gestão Dilma Rousseff caiu de 55% para 31%. Em pesquisa anteriormente feita pelo mesmo instituto, a avaliação do governo já mostrava sinais claros de desgaste: caíra de 63% para 55%. O segundo acontecimento, preocupante, é o aumento nos índices de popularidade de Marina Silva e Eduardo Campos: Marina avançou para a segunda posição nas intenções de votos para as eleições de 2014, com 20,7%, contra 12,5% no levantamento realizado em junho; Aécio detém 15,2%, contra 17% em junho, e Eduardo Campos avançou de 3,7% das intenções na pesquisa anterior para 7,4%. Brancos e nulos são 17,9% - contra 8,4% em junho - e 5,4% não responderam. E o terceiro, desalentador para quem gosta de esperar as coisas boas acontecerem de braços cruzados e sem botar as mãos na massa, é a constatação óbvia de que, dentre todos os nomes sugeridos nessas pesquisas, não existe um ao menos que sequer represente, mesmo que distantemente, os ideais de uma economia de mercado e de um Estado posto a serviço dos cidadãos!

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DOIS-PRA-LÁ, DOIS-PRA-CÁ

13/07/2013

doisFrancamente, um banco central que estabelece metas – quaisquer que sejam - para a inflação já é para se desconfiar; um banco central que fixa a meta de inflação anual em 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo é para se desconfiar mais ainda; agora, um banco central que, além disso, deixa sucessivamente a inflação estourar seu limite superior é para se desacreditar completamente. Esse é o nosso banco central, minha gente.

A boa teoria econômica – a da Escola Austríaca de Economia – ensina à fartura (especialmente alguns escritos de Hayek e Mises) que, assim como quem come em demasia terá indigestão, o desemprego é o resultado da inflação, ou seja, da expansão artificial da moeda e do crédito. Mas os economistas da mainstream economics acreditam na fábula da Curva de Phillips, segundo a qual existiria um conundrum - algo escatológico, talvez - entre inflação e desemprego, ou seja, quanto mais daquela, menos desse e vice-versa. A diferença é que os keynesianos enxergam esse dilema como sendo permanente, enquanto os monetaristas e novos clássicos como sendo temporário, durando até que as expectativas de preços se ajustem à realidade (o que, para os últimos, se dá imediatamente).

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CHE SUCCEDE IN BRASILE?

04/07/2013

[Pubblicato oggi sul sito di von Mises Italia, http://vonmises.it/2013/07/04/che-succede-in-brasile/]

brasileNel Salterio di David vi è una strana frase: “Exultavit, ut gigas, ad currendam viam”; continua: “A summo caelo egressio eius. Et occursus eius et eius usque ad summum eius; nec est qui eius abscondat a calore eius”, che significa, liberamente tradotto: “Procede come un gigante che percorre la via. Egli viene dal cielo, dirigendosi verso l’opposto; nessuno può nascondersi dal suo calore“.

E, nell’inno nazionale brasiliano, troviamo questo verso:

” [...] giace eternamente in culla splendida, al suono del mare e alla luce del cielo profondo”.

Mi sono ricordato di questi versi, che mi hanno sempre incuriosito e dell’inno nazionale grazie alle manifestazioni che si svolgono in tutto il paese, con molte migliaia di persone che scendono in piazza a protestare, chiamate a raccolta dalla straordinaria tecnologia di Internet.

Ma cosa sta succedendo in Brasile?

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Jul. 2013 - FALÁCIAS KEYNESIANAS (II)

Artigo do Mês - Ano XII– Nº 136 – Julho de 2013

k1Continuando com as falácias do senhor Keynes e seus seguidores, vamos neste mês mostrar mais duas, talvez as mais conhecidas e também as mais perigosas, porque a crença nelas e sua consequente aplicação na política econômica vêm causando enormes problemas em praticamente todo o mundo há muitas décadas. Refiro-me às falácias do “efeito multiplicador” e da “armadilha da liquidez”.

3. A falácia do “efeito multiplicador”

 Quem, dentre quem fez algum curso de economia, não ouviu falar do “efeito multiplicador”, segundo o qual, quanto maior for a disposição para consumir (que equivale a uma menor disposição para poupar) em uma economia, os aumentos de gastos provocarão efeitos mais do que proporcionais no nível de “renda agregada”? Quando Keynes apresentou esse verdadeiro “milagre” em sua Teoria Geral, ele logo alcançou grande popularidade entre economistas e políticos, os primeiros porque acharam que a pólvora tinha sido afinal descoberta e que nunca mais existiriam nem recessões e nem ciclos econômicos e os segundos porque afinal um gênio da economia encontrara a fórmula “científica” para respaldar suas intenções permanentes de gastar o dinheiro subtraído dos pagadores de tributos.

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HIPÓCRATES E OS HIPÓCRITAS

24/06/2013

hip1Quem já foi a alguma solenidade de formatura de uma turma de Medicina sabe que os formandos fazem o Juramento de Hipócrates (460 AC-370 AC e considerado o pai da Medicina), uma declaração solene em que os novos médicos se comprometem a exercer sua bela profissão com ética e dedicação. O texto desse juramento pode ser lido aqui, tanto em seu formato original quanto no atualizado pela Declaração de Genebra, de 1948. A versão mais conhecida no Brasil é a seguinte:

“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário”.

É um momento de emoção - e não apenas para os formandos, mas também para quem ouve a turma em coro repetir cada uma de suas palavras. A Medicina, entre todas as profissões, é, em minha opinião, a mais bela (embora eu sempre corra o risco de desmaiar sempre que vejo um pouco de sangue, ou, talvez, até mesmo por isso a veja assim), porque não pode existir algo mais nobre do que se empenhar em cuidar e salvar vidas humanas.

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EXULTAVIT UT GIGAS AD CURRENDAM VIAM

19/06/2013

gigNo Saltério há uma frase estranha, que dá título a este artigo: “Exultavit ut gigas ad currendam viam”. E que prossegue: “A summo caelo egressio eius; et occursus eius usque ad summum eius, nec est qui abscondat a calore eius”, que significa, em tradução livre, algo como: “Levantou-se como um gigante e pôs-se a percorrer seu caminho. Ele saiu do alto do céu e está caminhando para o seu destino e não há ninguém que possa se esconder do seu calor”.

Lembrei-me desses versos de Davi, que sempre me intrigaram, a propósito das manifestações que vêm ocorrendo em todo o país, com muitos milhares de pessoas saindo às ruas para protestar, convocadas pela tecnologia extraordinária da Internet.

Quero ser breve, por isso vou apenas colocar duas perguntas, que julgo serem as mais importantes: (1ª) protestando contra o quê? e (2ª) que caminho afinal deseja o gigante – que simboliza, como você já deve ter percebido, o Brasil, que dorme há 513 anos – percorrer?

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Jun. 2013 - FALÁCIAS KEYNESIANAS (I)

Artigo do Mês - Ano XII– Nº 135 – Junho de 2013

keynes1Pretendo publicar uma série de artigos apontando as falácias de Keynes, dos keynesianos e seus desdobramentos (neokeynesianos, pós-keynesianos, novos keynesianos, etc.). Para não cansar nem o leitor e nem a minha paciência – já exausta de ouvir repetitivamente a mesma cantilena – vou expor duas falácias de cada vez, apontando suas inúmeras inconsistências.

Uma leitura excelente para mostrar alguns dos argumentos que vou apresentar é o excelente livro de Murray Rothbard, A Grande Depressão Americana, publicado, pela primeira vez, em 1963, mas que continua, a meu ver, sendo o melhor livro e a melhor análise sobre a enorme crise que abalou a economia americana no final dos anos 20 e início dos anos 30 do século passado. Sem medo de errar, afirmo que o Instituto Mises Brasil, ao traduzir e publicar, em 2012, essa obra formidável em português, prestou um enorme serviço de esclarecimento não só para economistas como também para comentaristas que vivem repetindo que a culpa daquela depressão pode ser atribuída ao mercado, a “forças obscuras”, a “espíritos animais”, à “ausência de maior regulamentação do estado”, a “baixa oferta monetária”, e a “paradoxos da poupança”, bem como a outras explicações escatológicas.

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EL "MINISTERIO DE EVACUACIÓN"...

24/05/2013

nmEm meu último post manifestei que não pretendia mais escrever sobre economia, política e outros assuntos importantes, tamanha a desilusão com o caminhar das coisas no Brasil e no mundo. Porém, assim como um macaco não consegue viver sem bananas, eu não consigo deixar de escrever por mais de alguns dias. Por isso, e embora tenha absoluta certeza de não ser um símio ou primata, não poderia deixar passar em branco essa oportunidade de comentar o fato mais insólito dos últimos tempos: o governo “bolivariano” da Venezuela justificou a escassez de papel higiênico e de alimentos em geral no país dizendo que... as pessoas estão comendo mais! E acrescentando que, apesar do desabastecimento geral, do qual, obviamente, não falam, 95% dos 39 milhões de venezuelanos come entre 3 a 4 vezes por dia. Que absurdo! Que falta de patriotismo! Que glutoneria, que gulodice, que avidez por comer! Essa fome impatriótica obrigou o governo a importar 700 mil toneladas de alimentos dos países do Mercosul, entre eles o Brasil, cujo governo sempre se mostra disposto a ajudar na construção do “outro mundo possível” – possível em cabeças não habituadas ao salutar hábito de pensar.

É difícil acreditar no que está acontecendo há anos na Venezuela.

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The History of Austrian Economics

 
hae

The History of Austrian Economics (2011)

Israel Kirzner

 
  1. DESILUSÃO E ESPERANÇA
  2. Mai. 2013 - A TEORIA ECONÔMICA ESTÁ EM CRISE!
  3. A Crise Financeira Internacional em Perspectiva
  4. TERRA SEM LEI
  5. A Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos
  6. UM “AUSTRÍACO” NO PAÍS DOS LOTÓFAGOS
  7. ELEGY TO A GREAT LADY
  8. AZIONE, TEMPO E CONOSCENZA (SECONDA PARTE)
  9. AZIONE, TEMPO E CONOSCENZA (PRIMA PARTE)
  10. Abr. 2013 - UM “AUSTRIÁCO HÍBRIDO” E POUCO CONHECIDO: WIKSTEED
  11. A “ESQUERDOPATIA” OU “SINISTROPATIA”
  12. EMPREGADAS DESEMPREGADAS
  13. ESPELHOS PARTIDOS ( MARIA LÚCIA VICTOR BARBOSA)
  14. CHIPRE, UMA COBAIA DE MERKEL PARA IMPOR BAIL-INS AOS PIIGS? (HELIO BELTRÃO)
  15. A PRETENSÃO DO CONHECIMENTO (F. A. HAYEK)
  16. “HABEMUS CURSUM”! “HABEMUS PALESTRAM”!
  17. O QUE NÓS, CATÓLICOS, DEVEMOS ESPERAR DE UM PAPA
  18. UMA DEFESA LIBERTÁRIA DOS PRECONCEITOS (DANIELA SILVA)
  19. O ESTADO, LADRAVAZ CONTUMAZ
  20. O PAPA E OS PAPALVOS (HEITOR DE PAOLA)

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