ANO XI (2012) - Nº 118 A Nº 129
Artigo do Mês - Ano XI– Nº 129 – Dezembro de 2012
DEZ LIÇÕES DE ECONOMIA AUSTRÍACA PARA INICIANTES (FINAL) – LIÇÕES 8, 9 e 10
(escrito originalmente para o site do Instituto Ludwig von Mises Brasil, www.mises.org.br)
OITAVA LIÇÃO: O PAPEL DA COMPETIÇÃO
Imagine que você queira comprar um tênis e que entre em uma sapataria em um shopping. Com certeza você vai ficar um bom tempo escolhendo o modelo que vai comprar, tamanha a variedade e diversidade com que vai se deparar. Imagine agora que outra pessoa, com a sua idade e exatamente os mesmos gostos (supondo que isso seja possível) queira também comprar um tênis, mas viva na Coreia do Norte, um país comunista. Certamente, ela vai se deparar com um único modelo, quase certamente muito feio e, se estiver mesmo precisando de um tênis novo, vai ter que comprar esse modelo, não importa se tenha ou não gostado dele, desde que, obviamente, a loja disponha do número que calça em estoque, o que, por sinal, não costuma acontecer sempre.
“TUDO NA VIDA TEM UM FIM. SÓ A SALSICHA TEM DOIS”.
30/11/2012
A frase do título e da foto ao lado, escrita em alemão (“Alles hat eine end. Nur das Wurtas hat zwei”, pelo jornalista econômico Joelmir Beting, falecido ontem, é um pequeno exemplo da simplicidade inteligente e do humor refinado que o caracterizavam.
É muito raro – raríssimo – o dom de certas pessoas, especialmente os economistas, de tratarem fenômenos complexos de maneira simples, de tal modo que mesmo os leigos os entendam. Na economia, então, esse dom é praticamente inexistente. Os economistas, por um misto de vaidade com sua própria formação profissional, gostam, infelizmente, de complicar o que pode ser simplificado, para o que se refugiam permanentemente no economês, aquele dialeto mágico semelhante a um placebo, que tem o dom de simular conhecimentos muitas vezes inexistentes, mas que faz a plateia aplaudir o orador.
AGORA QUEREM PROIBIR AS FAMÍLIAS!
29/11/2912
Em adendo e corroborando a outra postagem de hoje, vejam a notícia postada no site português Perspectivas, no dia 7 deste mês.
"Numa altura em que a economia dos países da União Europeia está em desagregação, com o desemprego a subir geometricamente, a União Europeia prepara-se para proibir por lei (Directiva da União Europeia), aplicável a todos os países, que imagens como esta aqui em cima [ao lado] sejam tornadas públicas em anúncios publicitários na comunicação social — jornais, televisão, etc. —, alegadamente porque transmitem “uma ideia estereotipada da família”.
ORA, VÃO PENTEAR MACACOS!
29/11/2012
Um dos argumentos mais usados pelos arautos politicamente corretos é o que pretende convencer as pessoas desinformadas de que um Estado laico é necessariamente um Estado ateu. Nada mais errado do que isso! Errado e perigoso.
De fato, infelizmente – e creio que tal erro seja proposital, para minar os alicerces morais das sociedades – confunde-se laicismo com ateísmo, que são coisas bem diferentes. Em um Estado laico, primeiro, as instituições religiosas estão separadas das instituições políticas, mas essa partição não significa que apenas os que não têm religião devem ter o direito de se manifestar. E segundo, nem de longe existe a hipótese de que qualquer manifestação religiosa deva ser proibida ou combatida, para não agredir as crenças (ou descrenças) dos que não creem em Deus.
No Brasil, de acordo com pesquisa da Folha de São Paulo, o número dos que negam a existência do Criador é ínfimo, o que significa que a imensa maioria de nossa população, mesmo os que não professam qualquer religião, acredita na transcendência do homem.
ANO X (2011) - Nº 106 A Nº 117
Artigo do Mês - Ano X – Nº 117 – Dezembro de 2011
O “SONHO DE KEYNES” É O NOSSO PESADELO!
Como se sabe, os principais bancos centrais do mundo, a saber, o Fed, o BCE e os da Inglaterra, Suíça, Japão e Canadá resolveram cingir suas cinturas com o manto de “salvadores das economias do planeta” e decidiram intensificar (ainda mais!) o provimento de liquidez e “amparo” ao sistema financeiro global. Decretaram também a redução dos custos de carregamento das carteiras em dólares, para o que não titubearão em emitir papéis pintados com o retrato de George Washington e outros pais da pátria, “sempre que isto se tornar necessário” (eles têm a arrogância de julgarem que sabem quando “isto” se tornará ser “necessário”)... Além disso, como mencionou Jeffrey Tucker em seu excelente artigo A união dos bancos centrais mundiais e a transição para o sonho keynesiano, publicado pelo site do Instituto Ludwig von Mises Brasil na postagem de 1º de dezembro, decretaram que os bancos deverão ter “acesso imediato ao dinheiro em qualquer moeda, de acordo com as condições de mercado” (eles também julgam que sabem o que realmente significa o processo de mercado)...
ANO IX (2010) - Nº 94 A Nº 105
Artigo do Mês - Ano IX – Nº 105 – Dezembro de 2010
A FILOSOFIA POLÍTICA DA ESCOLA AUSTRÍACA
A filosofia política da Escola Austríaca deve ser vista como uma tentativa de compreender e explicar a história e as instituições sociais à luz dos limites naturais ao conhecimento humano. Como escreveu o filósofo italiano Raimondo Cubeddu, professor em Pisa, “a história e as instituições sociais aparecem frequentemente como produtos das ações humanas individuais, voltadas para a consecução de fins subjetivos” (The Philosophy of the Austrian School, Routledge, London-New York, 1993, p. X do Prefácio). Portanto, Menger, Mises, Hayek e os demais austríacos não foram apenas economistas que mergulharam no mundo da política, ou sonhadores de um mundo melhor de cunho utópico, mas pensadores que elaboraram uma teoria do melhor regime baseada em uma concepção da ação humana e da natureza da sociedade.
ANO VIII (2009) - Nº 82 A 93
Artigo do Mês - Ano VIII – Nº 93 – Dezembro de 2009
CÂMBIO, IMPORTAÇÕES E FORMAÇÃO DE CAPITAL
Nestes tempos de dólar “barato”, é comum presenciarmos economistas - que mais parecem porta-vozes do setor exportador - vociferarem contra a “sobrevalorização” do real perante a moeda norte-americana. Alguns chegam até a estipular valores “ideais” para a taxa de câmbio, como o ministro da Fazenda, que mandou a prudência às favas e declarou recentemente que seria de R$ 2,60 por dólar a cotação “correta” ou “de equilíbrio”. Essa verdadeira gritaria que se observa em muitos perante a valorização de nossa moeda merece, sem dúvida, alguns comentários. A rigor, muitos comentários. Mas, neste artigo, vou esboçar apenas alguns, que reputo como os mais importantes.
ANO VII (2008) - Nº 70 A Nº 81
Artigo do Mês - Ano VII – Nº 81 – Dezembro de 2008
GIOVANNI REALE E A SAGGEZZA ANTICA
Não há palavras suficientes para descrever a alegria intelectual e espiritual que me proporcionou a leitura de Saggezza Antica – Terapia per i Mali dell´Uomo d´Oggi,do filósofo italiano Giovanni Reale, publicado pela Loyola, com tradução de Silvana Cobucci Leite, com o título “O Saber dos Antigos – Terapia para os Tempos Atuais”. Recebi-o em evento realizado em agosto último em São Paulo, coordenado por meu prezado colega e amigo Nivaldo Cordeiro, em que discutimos a importância das obras de Ortega e Gasset e Eric Voegelin para os difíceis dias em que está submerso o nosso mundo. Tratando-se de regalo do Nivaldo, fiz o livro “furar a fila” e passei-o à frente de dezenas de outros que, preguiçosamente, esperam enfileirados na estante do escritório. Para que fui fazer isso? Na metade do livro, comprei mais dois do mesmo autor, “Corpo, Alma e Saúde – O Conceito de Homem de Homero a Platão” e Il Valore dell´Uomo, este escrito com o Cardeal Angelo Scola e ainda não traduzido para o português, além de encomendar Il Pensiero Occidentale dalle Origine ad Oggi, escrito a quatro mãos (ou a duas, se o fizeram em manuscrito) com o famoso filósofo Dario Antisseri. Com isso, a fila ficou desorganizada, mais parecendo, para minha surpresa, aquelas da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, dos hospitais públicos ou do INSS... Dado isto, estou pensando em alocar uma senha de atendimento para cada livro...
ANO VI (2007) - Nº 58 A Nº 69
Artigo do Mês - Ano VI - Nº 69 – Dezembro de 2007
A PETETIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
Nunca, na história “dêfte paîf”, um governo promoveu um aparelhamento do Estado das proporções do que estamos presenciando. Levas de companheiros e hordas de aliados de ocasião invadiram empresas estatais, ministérios, autarquias e outros espaços que deveriam, por definição, ser reservados a profissionais concursados. Parece que o objetivo dos caciques da tribo petista é o de transformar todos os brasileiros – principalmente, é claro, os que se filiaram ao partido da estrela vermelha desbotada (de vergonha) – em funcionários públicos.
ANO V (2006) - Nº 46 A Nº 57
Artigo do Mês - Ano V - Nº 57 – Dezembro de 2006
MILTON FRIEDMAN: A MORTE DE UM CONSERVADOR
Ubiratan Iorio
No dia 16 de novembro faleceu o Prof. Milton Friedman, aos 94 anos, nos Estados Unidos. Laureado com o Nobel de Economia em 1976, notabilizou-se por sua defesa intransigente da liberdade em todos os campos, o econômico, o político e o de consciência. Considerado o pai do monetarismo, doutrina que, partir dos anos 50, levou para o papel a chamada “tradição oral” da Universidade de Chicago, ousou desafiar o keynesianismo dominante nos cursos de economia no mundo inteiro.
ANO IV (2005) - Nº 34 A Nº 45
Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 – Dezembro de 2005
OLHOS E ANTOLHOS
Ubiratan Iorio
ANO III (2004) - Nº 22 A Nº 33
Artigo do Mês-Ano III - Nº 33-Dezembro de 2004
VERGONHA? O QUE É ISSO MESMO?
“Meu filho, procure nunca ser de todos ao mesmo tempo.
Dizem que ‘quem não tem vergonha todo o mundo é seu" ;
Mas a verdade, porém, é que quem não tem vergonha é que é de todo o mundo.”
(Barão de Cotegipe)
Brasília presenciou, na semana passada, um espetáculo deprimente de atraso mental, de vagabundagem oficial e de falta de vergonha federal. Como todos fomos informados, hordas de esquerdopatas crônicos ocuparam a Esplanada dos Ministérios para protestar contra a “reforma educacional” e a política econômica do governo petista e para exigirdo mesmo que acelere o programa de reforma agrária.
ANO II (2003) - Nº 10 A Nº 21
Artigo do Mês Ano II Nº 21 Dezembro de 2003
A ESCOLHA
“There’s a small choice in rotten apples” (A margem de escolha entre maçãs podres é pequena)
(Shakespeare, A Megera Domada, Ato I, palavras de Hortênsio”)
Para quem prometeu mudar tudo, o máximo que o petismo conseguiu, neste primeiro ano no poder, oferecer à sofrida sociedade brasileira foi uma escolha entre duas maçãs podres! Em um palco, a Suíte Patrimonialista,
ANO I (2002) - Nº 1 a Nº 9
Artigo do Mês Nº 9 Dezembro de 2002
O MERCADO É O “PACTO SOCIAL” !
Há certos conceitos – como os de preço e mercado - que pensamos dominar, mas que, a rigor, conhecemos apenas superficialmente. O que vêm a ser preços?. Em sua essência, são o resultado da ação de indivíduos e de grupos de indivíduos que, agindo intuitivamente em seu próprio interesse, fazem suas escolhas econômicas na suposição de que sejam, a priori, as melhores dentre todas as possíveis, dados seu estado de conhecimento e suas motivações em cada momento específico do tempo. Por isso, todos os preços que conhecemos são preços passados, meros fatos da história econômica. Ao falarmos de preços atuais, está implícito que estamos supondo – mesmo inconscientemente – que os preços do futuro imediato não serão diferentes daqueles do passado recente. E tudo o que dizemos sobre preços futuros não passa de simples inferência, de nossa visão particular sobre eventos que ainda são incertos. Preços, portanto, resultam da ação humana, das escolhas interativas de milhões de indivíduos no mercado, ao longo do tempo e sob condições de incerteza e, por isso, só podemos concebê-los como tal quando são determinados livremente por essa interação.
O INSTITUTO MISES E EU
27/11/2012
Em setembro de 2009, em Teresópolis, em um Colóquio do Liberty Fund em parceria com o Instituto Liberal, aconteceu um fato aparentemente corriqueiro, mas que mudou minha vida profissional a ponto de hoje eu poder dividi-la em ADF e DDF – antes e depois daquele fato!
Naquele encontro fui apresentado por Rodrigo Constantino ao presidente do Instituto Mises Brasil, Helio Beltrão. Até aquele dia só ouvira falar vagamente do IMB, pois ao indicar leituras do Mises Institute a alguns alunos meus da UERJ que não dominavam o inglês, eles acabaram descobrindo o site do instituto. Imediatamente surgiu uma empatia entre eu e Helio, que nos tornou quase instantaneamente amigos de longa data. Mas não quero aqui escrever em tom pessoal, por isso vou deixar meu amigo sossegado (até porque, sendo torcedor do Flamengo, ele deve andar um tanto triste) e escrever sobre sua maravilhosa obra, o IMB. E sobre como ela vem marcando minha trajetória profissional.
O IMBRÓGLIO DO PETRÓLEO
26/11/2012
Em linguagem popular, o bicho vai pegar logo mais na Candelária, com a passeata organizada pelo governo do estado do Rio de Janeiro para protestar contra a baita mordida que outros estados e municípios não produtores querem pespegar nos fluminenses e macaenses, bem como nos habitantes dos demais estados e municípios produtores, com o desvio de boa parte da receita dos royalties do Rio e do Espírito Santo para seus cofres sempre ávidos pelo vil metal.
Para termos ideia da megadentada, basta atentarmos para a tabela seguinte, que retrata a destinação, expressa em percentagens, das receitas de royalties.
O JULGAMENTO É SÓ UM ALENTO
24/11/2012
Há algum tempo não se fala em outra coisa nesta terra descoberta por Cabral que não as sessões do STF para julgar o chamado “mensalão”. Ministros antes desconhecidos do grande público de uma hora para outra se tornaram figuras populares (caso tenham sido firmes na condenação da corrupção) ou impopulares (em caso contrário). E muita gente, ao tomar conhecimento de que o réu Fulano ou Beltrano foi condenado a severa pena, vibra como se o seu time de futebol tivesse acabado de conquistar um título importante.
Entrevista para a revista Vila Nova
Ubiratan, como surgiu a sua relação com a Economia?
Acho que foi algo natural, porque eu gostava de Matemática e de História com a mesma intensidade e, sendo assim, eliminei Engenharia e História para ficar com ambas...
Authors Forum: Action, Time and Knowledge - The Austrian School of Economics
Auburn, Alabama, March 2012
É muita pretensão!
Em minhas andanças e ensinanças como professor de Economia, um dos fenômenos que mais tenho gostado de observar é a reação de meus alunos, logo nas primeiras aulas dos cursos que ministro, quando lhes afirmo peremptoriamente que os bancos centrais precisam acabar, assim como quaisquer resquícios de políticas monetárias, fiscais, cambiais, industriais, de rendas e de preços.
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