Prof. Ubiratan Jorge Iorio

A CRISE DA EVERGRANDE E O SOCIALISMO DE MERCADO FAKE

Publicado na edição 80

Em 1/10/2021

 

A possibilidade de um desastre ainda é remota, mas é bom pensar no futuro

 

Os mercados financeiros internacionais tomaram um baita susto com a crise da Evergrande, a segunda maior incorporadora imobiliária da China. O fato merece algumas reflexões. O que aconteceu? Quais são as possíveis repercussões no curto prazo sobre a economia mundial em um momento em que muitos países ainda sofrem com a destruição causada pela pandemia? Com desemprego, inflação e escassez de produtos já se enxerga uma desaceleração das atividades econômicas no país asiático. O que se pode prever para o futuro?

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A NEGAÇÃO DO CERTO E DO ERRADO

Publicado na edição 78
Em 17 SET 2021 
 
 
Judiciário e Legislativo deveriam deixar ao menos de atrapalhar as decisões
dos agentes econômicos e se limitar a desempenhar o seu importante papel institucional
 

A afirmativa de que instabilidades produzem efeitos desastrosos para o bom funcionamento das atividades econômicas parece ser trivial, intuitiva e dispensar maiores explicações. Entretanto, malgrado essa sensação de chuva no molhado, é importante ressaltar os efeitos devastadores provocados por volatilidades institucionais associadas ao atual desequilíbrio entre os Três Poderes, porém destacando certas características dos atos econômicos que geralmente são esquecidas pela maioria dos analistas.

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Set. 2021 - NOTAS SOBRE O PREÇO DO PETRÓLEO

Artigo do Mês - Ano XX– Nº 233 – Setembro de 2021

 (Transcrição de entrevista para a revista do Terça Livre)

 

 

 

Qual o grau de interferência que o ambiente externo tem para com a formação de preço dos combustíveis dentro do Brasil? Mudanças externas alteram muito e de imediato a formação do preço final ao consumidor?

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A IMPORTÂNCIA DAS MINIRREFORMAS

Publicado na edição 76 da Revista Oeste,

em 03 SET 2021

Mesmo com todos os obstáculos que vem enfrentando, o time liberal do

governo conseguiu aprovar algumas reformas microeconômicas importantes

Apesar da apropriação indébita do monopólio das boas intenções pelos ditos “progressistas”, a verdade é que ninguém — economista ou simples mortal — em sã consciência e pleno gozo de suas faculdades mentais pode ser “contra” o progresso. Embora até um mosquito sonolento cochilando sobre a cabeça de um jumento saiba que antes de discursar sobre qualquer coisa é aconselhável procurar saber o que de fato é a coisa, lamentavelmente não é o que acontece. Muitos daqueles que falam com ares doutorais sobre crescimento, renda,

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AUXÍLIO BRASIL: O NOVO BOLSA FAMÍLIA

Publicado na edição 74 da Revista Oeste, em 20/08/2021

 

Não há como deixarmos de nos preocupar com a possibilidade de estouro da regra fiscal

 

“A melhor maneira de saber se um programa social é efetivo é verificar se ele

tem uma porta de saída e certificar-se de que ela vai abrir na hora certa.”

(Rabiscos de um economista conservador)

 

O velho Bolsa Família vai ser substituído pelo novo Auxílio Brasil. O governo entregou recentemente ao Congresso uma Medida Provisória nesse sentido. O Auxílio Brasil é composto de nove benefícios:

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Ago. 2021 - “ÓDIO” É UMA COISA, INDIGNAÇÃO É OUTRA

Artigo do Mês - Ano XX– Nº 232 – Agosto de 2021

 

Não devemos confundir os vícios do ódio, da raiva, da cólera, da fúria, do rancor e da ira com a indignação, que, quando envolve um saudável desejo de justiça, é uma virtude. Indignar-se com o estado de coisas vigente no Brasil atualmente, sem nenhum exagero, é um ato virtuoso e – vou até mais longe – patriótico.

A raiva é um sentimento - que difere entre os indivíduos - de protesto, insegurança, timidez ou frustração, que surge quando alguém se sente ameaçado.  Suas causas mais comuns são a inveja, o ego, a necessidade de mostrar-se superior aos outros, os estímulos à competição predatória entre colegas de trabalho, a falta de carinho por parte da família (ou a ausência desta) e o caos no trânsito. Manifesta-se pela violência (verbal ou física), ódio e agressividade. É uma enfermidade que carcome de dentro para fora e que gera problemas no sistema nervoso central, disfunção glandular e desequilíbrio psicológico. Sua cura é o perdão. Já a ira é como uma raiva mais intensa, um caleidoscópio de emoções fortes, uma vontade de agressão, por causas acumuladas ou traumas, em que a emotividade subjuga a racionalidade e o juízo normal, podendo levar a atitudes que deixarão arrependimento posterior. Quando forte, pode converter-se em ódio, que leva, pelo uso da razão, ao desejo de vingança e ao prazer com o seu êxito. A ira – emocional - é um sentimento breve, mas o ódio – racional - pode durar uma vida inteira. Contudo, um acesso de ira pode levar a erros mais graves do que os provocados pelo ódio, tamanho seu poder de estimular arrebatamentos maléficos. Por isso, é considerada um dos sete pecados capitais.

E a indignação? É um sentimento que brota naturalmente, uma espécie de revolta interior diante de algo que parece inaceitável e que identificamos como maléfico. Pode ser má, egoísta e farisaica, quando visa apenas a interesses próprios lesados, mas é salutar quando contempla a dignidade de todas as pessoas na sociedade. A palavra

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A VOCAÇÃO PARA O ATRASO

A América Latina segue uma marcha decidida rumo ao atraso. Seu lema parece ser: 'Avante, para trás!'
 
Edição 68 - 09 JUL 2021  
 
 

“O que tem sido a esquerda do Terceiro Mundo senão a distribuição
efetiva da pobreza, pela incompetência na criação de riquezas?”
Roberto Campos

O tempo passa, o mundo gira, debutantes tornam-se avós, velhos sobrados caem e arranha-céus brotam em seu lugar, cabelos encanecem, o futuro vai-se transformando incessantemente em presente e logo em seguida em passado, mas há lugares em que parece que nada disso acontece, em que o estoque de conhecimentos que se acumula e modifica com o tempo, em vez de evitar novos erros, os multiplica. Esse quadro de tintas kafkianas parece descrever bem a Argentina, como, de resto, a América Latina. É uma marcha decidida rumo ao atraso, a demonstrar como são esforçados os políticos da região em prol do “progresso da decadência”. Seu lema parece ser: “Avante, para trás!”.

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Jullho, 2021 - RACIONALIMO CRÍTICO VS. RACIONALISMO UTÓPICO

Artigo do Mês - Ano XX– Nº 231 – Juho de 2021

 

Como sabemos, há atualmente no Brasil uma superabundância de pessoas se apresentando como liberais. Liberais de todos os tipos. Sendo assim, quero mostrar que quando olhamos para as bases filosóficas do liberalismo, é perfeitamente possível fazer uma seleção bastante depurativa, separando o joio do trigo.

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A FRUSTRAÇÃO DOS VIGARISTAS DA ADVERSATIVA

Publicado em 11/06/2021 - Edição 64

 

 

O público precisa ser informado sobre os avanços que a equipe

econômica vem conseguindo mesmo em meio ao bombardeio

impiedoso e às restrições impostas pela pandemia

 

“Eppur si muove; ossia, tuttavia si muove, intendendo la terra.”
(Ainda se move; ou seja, todavia ela se move, significando a terra.)
Frase atribuída a Galileo di Vincenzo Galilei, 1564-1642

 

Desde a conspiração que empurrou a república goela abaixo dos brasileiros, não se tem notícia de presidente que tenha sofrido bombardeio tão intenso quanto Jair Bolsonaro. Os ataques não cessam e partem de muitas frentes: das Cassandras da mídia tradicional vem o foguetório diário de distorções; das Valquírias tidas como intelectuais, analistas e artistas, os petardos recorrentes das falsas narrativas; das Sereias da oposição — que até hoje não admitem ter perdido as eleições — o bombardeio contínuo de baixarias; das Esfinges do Legislativo, o metralhar incansável e traiçoeiro de sabotagens ao governo; e das Circes do Judiciário, a invasão ininterrupta em searas que não lhes competem, disseminando, entre outros, o mal da insegurança jurídica.

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Junho 2021 - EPPUR SI MUOVE

Artigo do Mês - Ano XX– Nº 230 – Junho de 2021

 

E ainda se move (a terra).

Não se tem notícia de presidente que tenha sofrido bombardeio tão intenso quanto Bolsonaro. Os ataques não cessam e partem de muitas frentes: das Cassandras da mídia tradicional vem o foguetório diário de distorções; das Valquírias tidas como intelectuais, analistas e artistas, os petardos recorrentes das falsas narrativas; das Sereias da oposição - que até hoje não admitem ter perdido as eleições - o bombardeio contínuo de baixarias; das Esfinges do Legislativo, o metralhar incansável e traiçoeiro de sabotagens ao governo; e das Circes do Judiciário, a invasão ininterrupta em searas que não lhes competem, disseminando, entre outros, o mal da insegurança jurídica.

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INSEGURANÇA JURÍDICA, A OUTRA PANDEMIA

Publicado em 14 MAIO 2021
 
 
 
Não pode haver Estado de Direito e economia de mercado para valer com esse
 STF que é o maior exterminador de confiança dos últimos tempos
 
 
 

“O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis."

Platão

 

Tinha razão Nelson Rodrigues ao dizer que até para atravessar uma rua e chupar um picolé do outro lado é preciso ter confiança, conhecer o terreno em que se está pisando com incerteza mínima e segurança máxima possível. Pois a virtude da confiança, inspirada, entre outros atributos, pela segurança jurídica, é também uma das exigências da vida em sociedade, já que sua ausência destrói amizades, namoros e casamentos, impede trocas voluntárias, acordos e acertos e prejudica as atividades econômicas mais simples, como vender, comprar, emprestar, empregar, poupar, investir etc.

Um dos motes empregados a três por dois como espécie de declaração de boas intenções é o pomposo Estado Democrático de Direito, locução empolada e imponente e que é replicada aqui e ali, lá e acolá e — para combinar com sua “pose” — algures e alhures. É quase uma palavra de ordem, uma senha recitada para ganhar admiração, curiosamente utilizada na maioria das vezes por pessoas cujos próprios atos revelam pouco apreço pela lei e pela democracia. Os instrumentos legais e o sistema democrático pressupõem, afinal, a existência de segurança jurídica, uma qualidade que se assenta em três colunas: a da previsibilidade e qualidade das normas; a da certeza de sua aplicação; e a da baixa incidência de ações judiciais, um trio que não se encontra — para insistir na linguagem afetada — nenhures, ou seja, em nenhum lugar do Brasil.

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Maio 2021 - A CAUSA DAS CRISES E DOS CICLOS ECONÔMICOS

(Artigo transcrito diretamente de um vídeo curto que postei no Instagram - @ubiratanjorge.iorio 

em 29/04/2021, daí o seu tom coloquial)

 

 

Nenhuma teoria econômica é perfeita, porque a economia não é uma ciência exata, mas uma ciência social e assim sendo a melhor metodologia é aquela chamada de falsificacionismo: nós montamos uma teoria e deixamos que seja averiguada, verificada, confirmada ou rejeitada pelos fatos, ou seja, ser ou não falsificada.

A análise cuidadosa dos ciclos econômicos do início do século XIX até hoje nos leva a reconhecer um núcleo de identidades básicas fundamentais que nos permite fundamentar uma origem única para os ciclos econômicos: trata-se de uma de fartura postiça, falsificada, ilusória de moeda e crédito. E essa fartura de moeda e de crédito nas economias, naturalmente, é promovida pelos governos, por meio dos seus bancos centrais e do sistema bancário. Essa e somente essa é a causa dos ciclos econômicos e das crises, de acordo com a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, a TACE.

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O DRAMA DO PANORAMA

Publicado em 23/04/2021
 
 
 
 
Descontrole fiscal, impressão de moeda
e antecipação da campanha eleitoral
iniciam um ciclo que pode resultar em recessão
 
 

“Se alguém quer evitar a recorrência de crises econômicas, deve evitar a
expansão do crédito que cria o 
boom e inevitavelmente leva à queda.”
Ludwig Edler von Mises

 

Tempos invulgares como o que estamos atravessando requerem doses altíssimas de lucidez e de perseverança, tamanho é o préstito de eventos insólitos. Abrindo a macabra procissão, altaneira, a forte insegurança jurídica, inacreditavelmente exacerbada por quem, tendo a obrigação de zelar pela Constituição, não o faz — e às escâncaras.

A esse hospício jurídico sem precedentes somam-se muitos outros óbices, ônus e gravames que trancam as atividades econômicas: burocracia asfixiante, corrupção alarmante, incerteza excruciante, tributação lancinante, taxa de câmbio preocupante e taxa de juros agora recalcitrante. Isso pesa sobre os ombros de qualquer um que tem a ousadia de pensar em empreender e, se considerarmos as arbitrariedades sucessivas cometidas por alguns protoditadores exercendo cargos de governadores e prefeitos e maliciosamente refugiados debaixo das saias da “Mamãe Ciência” e da “proteção aos cidadãos”, já não se trata mais de ousadia, mas de heroísmo. Resumindo, os trabalhadores estão preocupados com a manutenção de seu emprego, os empresários com a sobrevivência de seus negócios e os potenciais empreendedores com as dezenas de pontos de interrogação postos pela enorme incerteza.

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O ORÇAMENTO DA INSENSATEZ

Publicado em 09/04/2021

 

Ao parirem a assombração orçamentária, os lídimos representantes do povo

mandaram às favas a responsabilidade fiscal. Sobra para o pagador de impostos

 

“Os dois pilares do governo democrático são a primazia da lei e do orçamento.”
Ludwig von Mises

Nestes tempos insólitos, nada mais parece ser capaz de nos surpreender. Somos diariamente abastecidos com relatos de decisões estapafúrdias, atitudes disparatadas e condutas bizarras, de intensidade e estranheza inaceitáveis, em um ambiente de incerteza e insegurança jurídica sem precedentes. A tarefa desgastante de buscar alguma racionalidade nesses fatos só nos fornece uma resposta, que é a carência absoluta de limites éticos e legais consagrados pela tradição e indispensáveis para conformar as ações humanas em busca de poder às requeridas por uma sociedade livre e virtuosa.

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Abr. 2021 - O PAPEL DA LEI EM UMA ECONOMIA DE MERCADO

Artigo do Mês - Ano XX– Nº 228 – Abril de 2021

 

(Artigo transcrito diretamente de um vídeo curto que postei no Instagram em 24/01/2021, daí o seu tom coloquial)

Uma economia de mercado, ou seja, uma economia livre, exatamente como a que os liberais - não só os da Escola Austríaca, mas liberais em geral, desde os liberais clássicos - defendem, é necessariamente regida por normais de justa conduta, que constituem o que diversos autores chamavam de lei.

Vou apenas mencionar dois desses autores. Um é o economista e advogado francês Claude-Frédéric Bastiat, que viveu pouco. Ele nasceu em 1801 e faleceu em 1850, na noite de Natal. Bastiat foi um gênio da comunicação como talvez, nem mesmo Milton Friedman, que também tinha um extraordinário poder de comunicação. Bastiat, a meu ver, foi insuperável na arte difícil de saber como se comunicar com pessoas que não são economistas e nem versadas em leis. Influenciado pelo liberalismo clássico de Adam Smith e de Jean Baptiste Say, entre outros, deixou um legado precioso, que veio a influenciar depois de sua morte, aliás, bem depois da sua morte,  expoentes da escola Austríaca, como o próprio Mises, Murray Rothbard, Walter Williams, Walter  Block , Thomas Sowell e outros. Escrevia de uma maneira simples, popular, não eram trabalhos acadêmicos, eram panfletos. Um desses panfletos, que aconselho todos a lerem, chama-se simplesmente A lei.

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A MORALIDADE DOS MERCADOS

Publicado em 26 de março de 2021

 

 

Execrada como obra do capeta, a economia de mercado proporcionou

dignidade a muito mais pessoas do que o Estado do bem-estar

 

 

“O livre mercado não é a salvação do mundo, porém é o que oferece as melhores oportunidades para a prosperidade humana e para que cada pessoa escolha em liberdade."

Robert Sirico

 

São contumazes, sempre que se aponta o desempenho econômico sofrível das sociedades que se afastaram da economia de mercado, as tentativas de contrapor-se a esse fato — que a História mostrou ser irrefutável —, desviando o assunto para o campo da ética, como se economia e ética, transações voluntárias e princípios morais, liberdade e respeito ao próximo fossem, além de separáveis, mutuamente excludentes. A lábia é que no sistema de livre mercado os indivíduos somente se preocupariam em tirar vantagens dos outros, sem compromissos com as diferenças entre certo e errado, moral e imoral, interesse privado e “consciência social”.

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REGULUS E SEUS REGULADOS

Publicado em 19/03/2021

O que fazer com as agências reguladoras? Ora, a melhor alternativa, em defesa do consumidor, é simplesmente fechá-las

 

“A competição faz um trabalho muito mais eficiente que o governo
em proteger consumidores.”
Thomas Sowell

 

O imperador decide vender uma de suas propriedades e nomeia para negociar com os compradores o nobre Tarquinius Regulus, que faz publicar um edito estipulando que abrirá concurso público para preencher cem vagas para capataz, com as atribuições de zelar pelas terras, garantir o seu bom uso, fazer pessoalmente inspeções periódicas, determinar os preços da produção, aprovar ou proibir todas e quaisquer eventuais obras e modificações, selecionar as visitas que o novo proprietário poderá ou não receber, decidir sobre eventuais revendas e incorporações, obrigá-lo a ser politicamente correto e a cuidar do meio ambiente, fazer um seguro contra incêndio e outros requisitos semelhantes. A principal candidata a comprador é uma abastada viúva, chamada Lucretia — nome que sugere riqueza —, mulher laboriosa, arguta e que sempre soube fazer bons negócios.

Para surpresa geral, mesmo com essas características pessoais, ela aceita todas as condições propostas por Regulus e fecha o negócio, passando a ser a nova proprietária da gleba. Como assim? Por que sendo sabidamente esperta e com faro de gestora ela aceitou exigências tão absurdas? Pois é, parece estranho mesmo. Mas, se dissermos que Lucretia é uma grande empresa operadora de algum serviço dito “público”, o imperador é o Estado, e seu preposto, Tarquinius Regulus, uma agência reguladora, é menos difícil entender por que os termos estapafúrdios da operação foram ótimos para todos. Menos, entretanto, para todos os demais súditos, também conhecidos como “consumidores” ou “contribuintes”.

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PRIVATIZAÇÕES: O JOGO É "À VERA" OU "À BRINCA"?

Publicado em 12/03/2021

 

É preciso compromisso com a agenda privatista. O projeto de lei sobre os Correios é de uma timidez apavorante e a MP da Eletrobras sinaliza para a concentração do mercado e cria uma nova estatal

 

“No Brasil, empresa privada é aquela que é controlada pelo governo e empresa
pública é aquela que ninguém controla.”

Roberto Campos

 

Depois do desgaste provocado pela troca de comando da Petrobras, o governo, percebendo que era necessário aplacar os ânimos de sua importante base liberal, protocolou na Câmara dos Deputados o PL 591/21 e a MP 1.031/21, que tratam da privatização, respectivamente, dos Correios e da Eletrobras.

Decorrida a primeira metade do mandato, parece que é chegada a hora de, mesmo com todos os empecilhos existentes, o governo mostrar se pretende ou não levar a cabo o ambicioso projeto de desestatizações que até motivou a criação de uma secretaria especial para esse fim. Como dizíamos nos velhos e bons tempos em que os meninos brincavam com bolas de gude, precisamos saber se o jogo é à vera ou à brinca, ou seja, se a disposição para privatizar é para valer ou é só para divertimento.

É fato que, a partir da saída voluntária de Salim Mattar da Secretaria de Desestatização, não se pode garantir — Ministério da Economia à parte — a firmeza do governo quanto à necessidade de desestatizar suas empresas e, desde então, o que tem restado aos liberais é apenas torcer. Vou, então, repetir algo que já fiz muitas dezenas de vezes, que é gritar no deserto para mostrar que as privatizações “farão bem” para o brasileiro; em seguida, citar as enormes resistências ao seu andamento, existentes em várias frentes, que certamente levaram Mattar, que esperava vender em torno de R$ 1 trilhão de ativos de estatais apenas em 2019, a abandonar o governo em meados do ano passado; por fim, comentarei a timidez dos dois projetos que o governo levou à Câmara.

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O ATRASO É NOSSO

Publicado em 26/02/2021

 

A política está pondo em risco o futuro do país. O caso Petrobras já é a quinta baixa na chamada ala liberal do governo
 

“Quando você quer ajudar as pessoas, você diz a elas a verdade.

Quando você quer ajudar a si mesmo, você diz a elas o que elas querem ouvir.”

Thomas Sowell

 

O presidente do Brasil resolveu, há exatos sete dias, trocar o comando da Petrobras, substituindo o economista Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna. As reações dos liberais genuínos e dos mercados financeiros foram, sem exceção, negativas e somente nos dois primeiros dias de negociação em bolsa depois do anúncio da mudança o valor de mercado da empresa caiu aproximadamente R$ 100 bilhões.

A troca, infelizmente, significa mais do que as aparências sugerem, porque não foi uma simples substituição de um bom gestor por outro. Faz-se imperativo não esquecer que esse “outro”, por mais competente que seja, é um general, e essa característica, certamente, acende expectativas quanto a um eventual retorno aos tempos rupestres em que a empresa era praticamente um albergue de luxo para militares reformados. O comando de meia-volta volver ordenado pelo presidente, somado ao seu fato gerador — a insatisfação com os reajustes internos dos preços do diesel —, representa um glória ao passado e um dane-se o futuro, um balde de gelo nas vendas de refinarias e um fuzilamento de qualquer possibilidade de privatização. Como certamente diria Roberto Campos, o atraso continua sendo “nosso”.

Licenças retóricas à parte, vamos aos fatos. Para começar, vamos listar os quatro motivos principais que determinaram a expressiva vitória do presidente Bolsonaro em 2018: 1º) a defesa de valores conservadores; 2º) o programa econômico mais liberal já apresentado por um candidato, cujo próprio nome, O Caminho da Prosperidade, alude a Hayek, um dos maiores economistas liberais do século 20; 3º) a revolta contra o inacreditável espetáculo de corrupção generalizada, incompetência na condução da política econômica e esquerdismo retrógrado, encenado na era das trevas que se abateu sobre o Brasil entre 2003 e 2016; e 4º) o receio de aprofundamento do modelo venezuelano, opção claramente explicitada no programa de governo do PT.

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Mar. 2021 - A INVASÃO DA POLÍTICA NAS NOSSAS VIDAS

Artigo do Mês - Ano XX– Nº 227 – Março de 2021

 

Vivemos tempos em que praticamente tudo em nossa vida é politizado. É sabido que esse fenômeno não é novo, pois começou há pouco mais de cem anos, mas vem se intensificando de maneira assustadora em nossos dias. Não é que eu defenda uma negação completa da política, irreal e imatura, somente penso que não é correto e chega a ser quimérico e infantil acreditar que ela tenha soluções para todos os nossos problemas e para os problemas ditos “sociais”.

Toda sociedade pode ser observada, segundo uma perspectiva de longa distância, como se estivéssemos bem no alto, na janela de um avião, olhando para baixo. Nesse caso, enxergaríamos os contornos de três grandes sistemas, exatamente os que compõem a sociedade, que são o sistema político, o econômico e o ético-moral-cultural. Veríamos, de longe, no sistema político, as relações políticas, as formas de governo e as instituições; na economia, os mercados e as instituições que estão por trás deles, as regulamentações, as fazendas e indústrias.  Mas o terceiro sistema - o ético, moral e cultural - parece ser o mais complexo e escondido dos três e nem sempre se consegue visualizá-lo facilmente do alto.

Esse último sistema constitui-se de um permanente processo evolutivo (uma ordem espontânea, na nomenclatura de Hayek), abrangendo todas as manifestações religiosas, associativas, artísticas e culturais, como, por exemplo, o longo processo de desenvolvimento da nossa música popular, desde a época das modinhas e lundus até o samba primitivo, o frevo, o samba-canção, a bossa nova e a (péssima) música brasileira contemporânea, ou como no cinema e teatro, observando como eram os filmes e as peças antigamente e como são hoje. Na base disso tudo, durante séculos, existiu um sistema ético e moral tradicional, que - claro - deve se modernizar, mas que não pode ser abandonado, simplesmente porque aquilo que era moralmente errado no século II ou no século XII dC deve continuar sendo errado no século XXI. Assaltar uma pessoa era errado, no Império Romano, no Brasil imperial e é errado em qualquer época e lugar. Onde estou querendo chegar? O que quero dizer com isso? Ora, simplesmente, que cada um dos três sistemas tem a sua maneira de funcionar, tem as suas leis, tem as suas características que os levam a operar independentemente, mas ao mesmo tempo, existe uma interdependência muito forte entre eles. E quero enfatizar que para que uma sociedade seja sadia os sistemas político e econômico precisam necessariamente subordinar-se às regras de boa ética e moral.

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  1. A IMPORTÂNCIA DOS VALORES ÉTICOS E MORAIS NA ECONOMIA
  2. Jan 2021 - CINCO FATOS SOBRE A NATUREZA DO ESTADO
  3. 2021: REFORMAR OU QUEBRAR
  4. Dez. 2020 - DÍVIDA “HISTÓRICA”: UMA RETÓRICA ALEGÓRICA
  5. A INDEPENDÊNCIA DO BANCO CENTRAL
  6. Nov. 2020 - ELEIÇÕES AMERICANAS: “FRAUDE” EXPLICA?
  7. A IRRACIONALIDADE DOS GASTOS PÚBLICOS
  8. Out. 2020 - QUANDO PRA BAIXO NEM OS SANTOS AJUDAM
  9. A CRISE E AS EMERGÊNCIAS PERMANENTES
  10. BRASIL, UM PUGILISTA QUE NÃO VAI A NOCAUTE
  11. Set. 2020 - LEBRES, TARTARUGAS, PARAFUSOS FROUXOS E O CONTO DO VIGÁRIO DA “EMERGÊNCIA DEFINITIVA”
  12. POR QUE É BOM QUE EXISTAM CADA VEZ MAIS BILIONÁRIOS
  13. OS JUROS BAIXOS E OS BANCÕES
  14. O MONSTRO ESTADO E A ECONOMIA INFORMAL
  15. VOVÔ ESTAVA CERTO: NÃO GASTE TUDO O QUE VOCÊ GANHA!
  16. A ESTUPIDEZ DE TRIBUTAR FORTUNAS
  17. ESCREVA CEM VEZES: IMPRIMIR DINHEIRO, NÃO!
  18. O SOCORRO ERRADO
  19. Ago. 2020 - HEIN? “EDITAR” A SOCIEDADE? COMO ASSIM?
  20. Jul. 2020 - PANDEMIA E TIRANIA

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